Fontes que participaram ou que souberam sobre o conteúdo do depoimento de Sergio Moro disseram que a PF extraiu do celular do ex-ministro as provas exibidas ao Jornal Nacional, como a conversa em WhatsApp com o presidente Jair Bolsonaro e com a deputada federal Carla Zambelli (PSL). Informaram ainda que Moro forneceu novas provas à polícia e, principalmente, indicou maneiras de conseguir outras. A demissão do ex-ministro ocorreu em 24 de abril.
Durante o depoimento de mais de oito horas na Polícia Federal (PF), em Curitiba, no sábado (2), Sergio Moro foi questionado sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no trabalho da PF e em inquéritos relacionados a familiares. As acusações foram feitas pelo ex-ministro quando ele anunciou sua saída do governo, há uma semana.
O inquérito foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e vai investigar se as acusações de Moro são verdadeiras. Caso não sejam, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Na manhã deste domingo (3), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro fez a seguinte postagem no Twitter: "Há lealdades maiores do que as pessoais."
O depoimento de Sergio Moro começou por volta das 14h. O ex-ministro foi ouvido na sede da Polícia Federal, em Curitiba, por delegados e procuradores da PGR que foram de Brasília em um avião da PF.
Moro chegou numa viatura da Polícia Federal e entrou por um portão que fica nos fundos do prédio.