Jornal Regional

Gildo Alves

Cornélio Procópio - PR

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Atualizado em 04-04-2019 às 07:40:08

Advogado que matou namorada em Camboriú se entrega


Paulinho de Carvalho Souza (fotos), de 42 anos,  que tirou a vida da namorada, Lucimara Stasiak, de 30  anos, a facadas , se entregou por volta das 19 horas desta quarta-feira,dia quatro, após ameaçar, durante 24 horas, se suicidar em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Ele é de Jacarezinho, mas pertence à subseção de Maringá, noroeste do Estado. Fazia 12 anos que morava em Camboriú.

Lucimara nasceu em Curitiba, mas foi criada pela avó e as tias em Blumenau(SC).

Formou-se em Direito na Furb e tinha o sonho de ser juíza. Trabalhou em um escritório de advogacia na cidade. Mudou-se, tempos depois, para Florianópolis, onde também atuou como advogada.

A família soube do relacionamento entre ela e Paulo em meados do ano passado, quando a advogada se mudou para Balneário Camboriú para viver com ele.

— Minha avó passou mais tempo com os dois, e diz que ele era sempre muito tranquilo, amoroso, aceitava as opiniões dela — diz Janaína, prima da vítima.

Ela falou com Lucimara no dia do aniversário, que a advogada comemorou com o companheiro. Uma outra prima entrou em contato com ela bem cedo no dia seguinte, por volta das 7h. Depois de um tempo, Lucimara teria deixado de responder às mensagens no celular.

A família está arrasada e custa a acreditar no que houve. A dificuldade para retirar o corpo de Lucimara de dentro do apartamento tornou a espera ainda mais dolorosa.

— Queremos ter uma despedida decente — diz Janaína.

Paulinho de Carvalho Souza ,de 42 anos, é filho de um empresário de Jacarezinho, também chamado Paulo, ex-dono do posto Super P (antigo Pelicano).

O homem matou a namorada a facadas e permaneceu com o corpo no apartamento, enquanto ameaçava se matar de sua varanda, no edifício Ilha de Paquetá, em Santa Catarina.

Ele, que tem um filho de nove anos do relacionamento anterior, é de Jacarezinho e mora atualmente em Balneário Camboriú(SC) , enquanto a advogada Lucimara Stasiak, 29, morava em Florianópolis. O casal não tinha histórico de brigas.

O corpo estava em cima da cama do apartamento com vários ferimentos de facas.

Desde o início da noite de terça-feira (2), a polícia fazia cerco no apartamento para realizar a prisão do namorado, que ficou trancado na sacada do sétimo andar do prédio e afirmava ter uma arma. Ainda segundo a polícia, durante a negociação, confessou que matou a mulher a facadas.

 

 

 

A polícia foi chamada por vizinhos, que disseram ter ouvido uma confusão no imóvel. Familiares da advogada acompanham o caso e informaram inicialmente aos policiais que o casal não tinha histórico de brigas.

A rua do prédio ficou isolada. Equipes da Polícia Militar, Guarda Municipal, Batalhão de Operações Especiais (Bope), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros participaram do atendimento da ocorrência.

O corpo de Lucimara permaneceu no apartamento até o fim da ocorrência (24 horas depois de iniciada).

Paulo disse aos policias que teve surto psicótico e achou que esfaqueava aranhas e não Lucimara.

De acordo com a PM, um amigo de Paulo afirmou que o advogado tem um histórico de crises, já foi internado e atualmente toma remédios controlados.

A OAB catarinense atua pela igualdade de gênero, pelo protagonismo feminino em todas as camadas da sociedade e reiteradamente tem se posicionado pelo fim da violência contra a mulher”

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhou de perto a situação. O presidente da OAB/SC, Rafael Horn, esteve no local onde a polícia negociava a rendição de Paulo e conversou com as autoridades policiais que conduzem o caso. Em nota, afirmou ter ficado consternado.

“Não aceitamos qualquer tipo de violência. Estamos falando da vida de uma pessoa, o bem mais precioso que temos, suprimida em circunstâncias dramáticas. A OAB catarinense atua pela igualdade de gênero, pelo protagonismo feminino em todas as camadas da sociedade e reiteradamente tem se posicionado pelo fim da violência contra a mulher, inclusive realizando ações junto à sociedade por intermédio das nossas comissões temáticas.”

Advogados auxiliaram a polícia nas negociações, e um grupo de advogadas prestou apoio à família. O presidente da subseção de Balneário Camboriú, Shames André Pietro de Oliveira, disse que a entidade ofereceu o suporte da Caixa de Assistência dos Advogados para o funeral.

Também em nota, a OAB informou que Lucimara era engajada nas ações institucionais da entidade. A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Rejane Silva Sánchez, disse estar estarrecida com o crime.

NP DIÁRIO



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